Capital completa 124 anos com equilíbrio entre desenvolvimento e qualidade de vida
Uma jovem senhora, do alto de seus 124 anos, Campo Grande é uma das capitais mais promissoras do País, rica em cultura, com uma economia pujante, ruas largas e arborização reconhecida internacionalmente. No ano passado, a Capital de Mato Grosso do Sul recebeu o selo Cidade Amiga das Árvores, pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, e no início deste ano foi eleita pela quarta vez consecutiva como Tree City of The World, na tradução Cidade Árvore do Mundo, título concedido anualmente pela Arbor Day Foundation e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU).
Dona de um dos maiores parques urbanos do Brasil, o Parque das Nações Indígenas, Campo Grande se destaca pela área verde e está prestes a ganhar mais um espaço, o Parque Turístico Municipal de Campo Grande, com a possibilidade de contemplação das Cachoeiras do Ceuzinho.
O projeto, que é da prefeitura de Campo Grande, terá início com o lançamento da pedra fundamental nesta segunda-feira (28). No local, às margens da Estrada Municipal CG-060, em um trecho de 28 hectares inserido na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Córrego Ceroula, o município vai investir na elaboração de um Plano de Manejo da Unidade de Conservação e ações de integração harmônica e sustentável da população com a natureza. O objetivo é incentivar atividades de lazer e recreação de forma sustentável com a criação do Parque, que vai receber investimentos na ordem de R$ 9,5 milhões. As obras deverão começar no início do próximo ano.
Atualmente, o local já é bastante frequentado pelos amantes da natureza e é comum que famílias e grupos de amigos lotem o espaço na busca de refrescar-se do calor muito comum em Campo Grande, no entanto, há necessidade de cuidados mais aprimorados e estrutura.
Elijane Coelho e o esposo vivem do turismo em Campo Grande e estão habituados a guiar grupos pelas trilhas da antiga usina Willian Arjona, ali do ladinho do Córrego Ceroula, e destaca que é interessante pensar que a cidade se desenvolveu em torno das águas. “Foi fundada ali na confluência do Prosa com o Segredo e grande parte dos parques naturais da cidade estão ao redor desses cursos d ‘água, desde o Horto Florestal, ali na margem do Segredo, passando pelo Parque das Nações, dos Poderes, nas nascentes que formam o Prosa e outros parques de fundo de vale que foram desenvolvidos. E a população tem se aproveitado cada vez mais desses espaços”, comentou.
Ela lembra ainda que costuma circular pelos parques ensinando crianças e adultos a andarem de bicicleta e tem observado que vem aumentando o número de pessoas utilizando esses espaços. “Isso é sensacional. Essa região do Ceroula, apesar de ser uma APA, uma Área de Proteção Ambiental, já há bastante tempo é carente de estrutura. Ali tem um rio, que é uma região com mais acidentes geográficos, tem a formação de cachoeiras que não tem aqui pra cima. Isso dá uma grande beleza natural. E é o rio que corre para o Aquidauana e tá na Bacia do Paraguai. Enquanto o Prosa e o Segredo estão na Bacia do Paraná. Se a gente parar pra pensar, ali no Ceroula já tem a formação do Pantanal, dentro de Campo Grande, e infelizmente é uma região em que parte da população usa de forma inadequada, faz churrasco, deixa lixo”, reclamou.
Com o desabafo, Elijane lembra que também falta conscientização ambiental e que a estruturação daquele lugar como um centro turístico, com a utilização adequada, vai contribuir muito para a população, especialmente quem não sabia da existência de cachoeiras em Campo Grande, a 15 km do centro.
“Essa é uma medida muito importante. Nós lidamos com turismo de natureza. Eu já guiei muitos grupos naquela região e é uma vitória pra gente, porque o que nos entristece é o espaço tão bonito sendo sujo pelas pessoas que não têm consciência”, finalizou.
Atual Gestão e as entregas pelo caminho
Em um bate-papo exclusivo com nossa reportagem, às vésperas de celebrar mais um ano de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes destaca a Capital como uma “cidade muito promissora”. Ela ressalta ainda: “Nós estamos vivendo um tempo de crescimento e expansão e, por isso, estamos focados no desenvolvimento, trazendo inovação, tecnologia”.
Adriane falou sobre as entregas feitas neste momento de celebração e destacou também a Rota Bioceânica que, segundo ela, passaria por fora da cidade. “Agora nós estamos buscando com força que essa rota não aconteça sem que passe por Campo Grande, isso porque a mão de obra especializada está na nossa Capital”, comentou.
A prefeita, que encerra seu mandato no fim do próximo ano, lembrou que o campo-grandense pode esperar ainda muitas entregas, como é o caso do parque tecnológico “que vai mudar a matriz econômica da Capital, trazendo desenvolvimento, gerando emprego, fazendo com que nossos jovens se formem aqui, fiquem na Capital, trabalhem aqui, tenham aqui oportunidades. Teremos um mês intenso de entregas ouvindo a população em seus anseios na nossa cidade”, comentou.
Ela também destacou a entrega do Centro de Referência de Saúde da Mulher e da Criança, obras de asfalto e drenagem na cidade, mais de 160 quilômetros de saneamento para a comunidade.
Mesmo com toda essa desenvoltura e destaque no cenário econômico e político do País, dada sua localização geográfica e tantos outros atrativos, a Cidade Morena não perde o ar interiorano e ainda é muito comum encontrar, pelos bairros, rodas de amigos ou famílias sentados em frente de casa para uma boa conversa de fim de tarde na companhia de seu tereré.
Vivianne Nunes