A inflação em Campo Grande apresentou uma desaceleração em junho, em parte, devido à queda nos preços dos alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou -0,14%, redução de 0,44 ponto percentual em relação ao mês de maio. Essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,40%. No acumulado do ano, o IPCA apresentou alta de 2,91%, enquanto nos últimos 12 meses a variação foi de 2,43%, abaixo dos 3,24% observados no período anterior de 12 meses. Em comparação com junho de 2022, houve uma diminuição de 0,64%.
A queda nos preços dos alimentos e bebidas (-1,05%) e dos artigos de residência (-0,76%) foi o principal fator que influenciou o resultado de junho. Os setores de habitação (-0,14%) e transportes (-0,03%) também registraram redução de preços. Por outro lado, houve aumento nos preços de vestuário (1,06%), saúde e cuidados pessoais (0,58%) e despesas pessoais (0,21%). Os setores de educação (0,09%) e comunicação (0,02%) tiveram variação mais baixa.
A queda nos preços de alimentos e bebidas (-1,05%) foi impulsionada principalmente pela redução nos preços dos alimentos em domicílio (-1,54%). Destaca-se a diminuição nos preços de óleos e gorduras (-5,94%), carnes (-3,68%), aves e ovos (-2,52%) e cereais, leguminosas e oleaginosas (-2,42%). Em contrapartida, os preços do sal e condimentos (4,34%) e das hortaliças e verduras (2,96%) tiveram aumento. Já a alimentação fora do domicílio apresentou uma variação de 0,50%.
No setor de transportes (-0,03%), a redução nos preços dos combustíveis (-0,78%) influenciou o resultado. No grupo habitação (-0,14%), a queda nos preços dos combustíveis domésticos (-4,62%), devido à diminuição nos preços do gás de botijão, foi o fator de maior contribuição. O aumento nos preços de produtos farmacêuticos (1,52%) foi o responsável pelo resultado positivo no setor de saúde e cuidados pessoais (0,58%).
“A inflação em Campo Grande tem seguido uma tendência semelhante ao cenário nacional. Após meses de medidas rígidas do Banco Central, os preços estão desacelerando e se aproximando da meta estabelecida pelo próprio Banco, que é de 3,25% ao ano, explica o economista e superintendente de Indústria, Comércio, Serviços e Comércio Exterior da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), José Eduardo Corrêa dos Santos.
*Dados IBGE.
Odirley Deotti