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Senado debate danos do cigarro eletrônico e prevenção ao câncer

  • Postado em 13 agosto 2024
  • Categorias:Política

Nesta terça-feira (13), parlamentares e especialistas se reuniram no Senado para discutir políticas públicas voltadas à prevenção do câncer de pulmão, com foco nos impactos negativos do cigarro eletrônico, cujo consumo e comercialização clandestina vêm crescendo no Brasil. Durante a sessão, foi defendida a implementação de ações preventivas robustas, destacando-se que cada real investido em prevenção pode gerar uma economia de R$ 4 no tratamento da doença.

O senador Dr. Hiran (PP-RR), presidente da Frente Parlamentar da Medicina do Congresso Nacional e principal articulador da sessão, ressaltou a necessidade de regulamentar os cigarros eletrônicos no país, apesar de sua posição contrária ao fumo. “A maioria das pessoas do país não sabe nem que é proibido. É proibido importar, é proibido vender, é proibido tudo. E todo mundo usa”, afirmou o senador, referindo-se à falta de conscientização sobre os perigos desses dispositivos. Ele destacou ainda a importância de políticas públicas para informar a população sobre os riscos, similar ao que foi feito com o tabagismo.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que, entre 2023 e 2025, o Brasil deve registrar cerca de 32 mil novos casos de câncer de pulmão por ano, colocando a doença como a quinta mais comum entre os tumores malignos. “Esse tema que hoje nos reúne, infelizmente, não se limita a estatísticas frias”, disse Dr. Hiran, reforçando a necessidade de medidas eficazes para combater essa doença que afeta milhares de famílias.

Margareth Maria Pretti Dalcolmo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), alertou sobre os danos irreversíveis causados pelo cigarro eletrônico, especialmente em jovens. “Não é possível que num país como o Brasil ainda tenhamos 28 mil pessoas que morrem de câncer do pulmão, quando essa é uma doença previamente detectável”, disse, enfatizando a importância de uma detecção precoce eficaz e bem estruturada.

O senador Izalci Lucas (PL-DF), que fumou por mais de 20 anos, também destacou a necessidade de convencer os jovens sobre os perigos dos cigarros eletrônicos. “A gente precisa convencer os jovens do mal que isso aí faz [cigarro eletrônico]”, afirmou. A senadora Rosana Martinelli (PL-MT) chamou a atenção para a importância do diagnóstico precoce, lembrando que perdeu a mãe devido à demora no diagnóstico do câncer.

Adriano Massuda, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, sublinhou os desafios enfrentados pelo sistema público de saúde no tratamento do câncer, destacando a necessidade de ações preventivas específicas para combater o uso de cigarros eletrônicos entre os jovens.

Vanessa Boarati, coordenadora de Gestão em Pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), apresentou um estudo que revelou o alto custo econômico do câncer de pulmão, com 80% dos custos sendo indiretos, principalmente devido à perda de produtividade e ao absenteísmo.

O deputado Allan Garcês (PP-MA), médico, reforçou a necessidade de focar em políticas públicas de prevenção para reduzir os custos com saúde pública. “Então a gente tem aí um desafio a enfrentar, um desafio de conscientizar as novas gerações”, concluiu.

A sessão também contou com a participação de diversos especialistas e deputados, que reforçaram a urgência de ações coordenadas para prevenir e tratar o câncer de pulmão no Brasil, especialmente diante da crescente ameaça representada pelos cigarros eletrônicos.

Fonte: Agência Senado
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

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