Campo Grande , 26 de novembro de 2024

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Relatório: 2023 foi o ano mais quente dos últimos mil séculos

  • Postado em 11 janeiro 2024
  • Categorias:Nacional

O ano de 2023 registrou as temperaturas mais altas dos últimos 100 mil anos, segundo relatório divulgado, nesta terça-feira (09), pelo observatório europeu Copernicus.

Pela primeira vez na história, todos os dias dentro de um mesmo ano ficaram 1°C acima dos níveis pré-industriais, sendo que, em metade de 2023, os termômetros chegaram a ultrapassar a marca dos 1,5°C e, em dois dias de novembro, ficaram 2°C mais quentes.

A explicação para a comparação está na paleoclimatologia, onde são usados métodos que permitem estimar a temperatura de determinada época com a simulação do comportamento da atmosfera para climas passados.

Na média, o ano de 2023 foi 1,48ºC mais quente no mundo que no da era pré-industrial. “O ano de 2023 registrou uma temperatura média global de 14,98°C, ou seja, 0,17°C acima do último recorde anual de 2016″, aponta o observatório europeu.

Foto: Copernicus/Reprodução

O relatório destaca ainda que, embora o fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, tenha influenciado no aumento da temperatura global, o calor extremo tem como grande vilão as imparáveis emissões de gases de efeito estufa.

Segundo o relatório do Copernicus, as concentrações de CO2 na atmosfera aumentaram nos últimos anos e alcançaram níveis alarmantes em 2023: o volume de dióxido de carbono e metano atingiram recordes, com 419 partes por milhão (ppm) e 1.902 partes por bilhão (ppb), respectivamente.

Na comparação com 2022, as concentrações de dióxido de carbono foram 2,4 ppm superiores, enquanto que as de metano aumentaram 11 ppb.

Pacto global

Os aumentos globais de temperatura foram o ponto alto das discussões da COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em novembro do ano passado.

Em um momento considerado histórico, 118 países (incluindo o Brasil) se comprometeu a triplicar suas capacidades para energias renováveis até 2030: de 3.400 GW para 11.000 GW. Paralelamente, outras 20 nações também se propuseram a fazer o mesmo com a energia nuclear até 2050.

O movimento foi liderado por potências como a União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Além do Brasil, países como Austrália, Japão, Canadá, Chile e Nigéria também assinaram o pacto global.

Segundo análise do BCG (Boston Consulting Group), para reduzir as emissões de carbono e frear os impactos das mudanças climáticas serão necessários mais de US$ 3,5 trilhões investidos em tecnologias que aceleram a descarbonização até 2050.

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