Fechamento da última usina marca o fim da era do carvão e o avanço das energias renováveis no país
O Reino Unido, berço da Revolução Industrial e pioneiro no uso do carvão como fonte de energia, alcançou um marco histórico em sua transição para energias limpas. Após 142 anos de dependência do combustível fóssil mais poluente, o país fechou sua última usina a carvão, localizada em Ratcliffe-on-Soar, na cidade de Nottingham, no final de setembro de 2024. Esse encerramento reflete o compromisso britânico com a redução de sua contribuição para as mudanças climáticas.
A usina de Ratcliffe-on-Soar, inaugurada em 1967, encerra suas operações como parte de uma estratégia maior que começou em 2008, quando o Reino Unido estabeleceu suas primeiras metas climáticas com força legal. Em 2015, o governo anunciou que o país eliminaria a produção de eletricidade a partir do carvão até 2025, uma data posteriormente antecipada devido ao avanço das energias renováveis.
Com a expansão rápida das energias eólica e solar, a participação das fontes renováveis na matriz energética britânica saltou de 7% em 2010 para mais de 50% no primeiro semestre de 2024. Esse avanço permitiu que, já em 2017, o Reino Unido passasse seus primeiros dias sem recorrer ao carvão para gerar eletricidade.
“O fechamento da última usina a carvão no Reino Unido é altamente simbólico, pois foi aqui que a Revolução Industrial começou. Mostra que a transição para uma energia limpa e sustentável é possível no curto prazo”, afirmou Simon Evans, especialista em mudanças climáticas.
O carvão, que já forneceu quase toda a eletricidade do Reino Unido no início do século XX e, em 2012, ainda representava 39% da energia gerada, agora dá lugar a uma matriz energética focada em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, marcando uma virada importante para o país e um exemplo para outras economias globais.
Fonte: IPEA
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