Proposta institui a “Semana Estadual de Enfrentamento às Apostas e Jogos de Azar” para alertar sobre os impactos do vício e promover medidas preventivas
A deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) apresentou na última quinta-feira (10) o Projeto de Lei 221/2024 na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), que propõe incluir a “Semana Estadual de Enfrentamento às Apostas e Jogos de Azar” no Calendário Oficial de Eventos do Estado. A ação, a ser realizada anualmente na semana do dia 13 de abril, tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos e impactos do vício em jogos de azar, especialmente nas modalidades online.
De acordo com a deputada, o aumento das apostas digitais durante a pandemia exacerbou problemas relacionados ao vício, superendividamento e saúde mental, como depressão e ansiedade. “Hoje, a grande ‘droga’ moderna são as apostas e jogos de azar”, destacou Lia Nogueira. Segundo ela, a regulamentação do setor, iniciada em 2018 e finalizada em 2023, trouxe regras para exploração e publicidade, mas não foi suficiente para conter os prejuízos sociais.
Dados apresentados pela Associação de Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul (Adecon-MS) mostram um crescimento significativo da publicidade digital, que passou de R$ 7,92 bilhões em 2020 para R$ 34,7 bilhões em 2022, impulsionada pela mudança para interações online durante a pandemia. O Brasil foi responsável por 34% desses investimentos na América Latina, segundo o estudo “The Largest Influencer Study in Latin America in 2023 – Influencity2”.
Outro ponto levantado é a crescente popularidade das apostas, como revelado por uma pesquisa do Instituto Locomotiva. Nos primeiros sete meses de 2024, 25 milhões de brasileiros começaram a apostar, evidenciando o crescimento do setor. “As plataformas de apostas tornaram-se uma febre no Brasil, e precisamos alertar sobre os riscos que elas representam para a saúde pública”, afirmou a parlamentar.
Lia Nogueira enfatizou os problemas que o vício em jogos de azar pode causar, indo além das questões financeiras. “Estamos observando a ‘nova’ droga viciando nossas crianças e jovens. As redes sociais estão se transformando em cracolândias digitais, onde famílias são arruinadas”, alertou. A proposta é parte de uma estratégia mais ampla para fomentar um debate público sobre os riscos do consumo excessivo de apostas e promover medidas preventivas.
Fonte/Foto: ALEMS