Um crime que chocou a pequena cidade de Naviraí, 364 quilômetros distante da Capital, Campo Grande, ganhou repercussão na última semana. A proprietária da creche Cantinho da Tia Carol, Caroline Florencio dos Reis Rech, 30 anos, foi presa por tortura e maus tratos contra crianças. Presa desde a terça-feira (11) durante ação da Delegacia de Atendimento À Mulher (DAM), nesta quinta-feira (13) ela foi encaminhada para o presídio feminino de Rio Brilhante.
Por questões de segurança, Carolina ficará em um local de isolamento. Quando foi presa em flagrante no início da semana, ela mesma chegou a dizer que na cadeia ou em liberdade, estaria “ferrada”.
Na ocasião, além de Carolina, foi presa também uma cuidadora que trabalhava com ela na creche, identificada apenas como Mariana, 26 anos. No entanto, ela pagou uma fiança de R$ 1.320 e vai responder ao processo em liberdade.
O Caso
Tia Carol atuava de forma clandestina e a suspeita era de que praticava agressões físicas, moral e psicológica com crianças com cerca de um ano de idade. Diante das denúncias apresentadas, equipamentos de monitoramento foram instalados com a autorização judicial, possibilitando o registro de cenas chocantes, conforme relato policial.
Há relatos de policiais de que as crianças eram dopadas com medicamento para vômito e enjôo proibidos para menores de dois anos de idade. Ela administrava a medicação com efeitos sedativos para crianças que choravam muito.
Pelas filmagens, os policiais também presenciaram a proprietária batendo a cabeça de uma criança de onze meses contra o sofá, chacoalhando e jogando outra criança no chão, além de tapas, gritos e outras ações.
No local, 36 menores estavam matriculados e a polícia pôde chegar ao local por conta de denúncias. Segundo a delegada Sayara Quinteiro Martins Baetz, mães que prestaram depoimento relataram que os filhos chegavam em casa sempre muito sonolentos, com muita fome e sede. Além da mudança de comportamento de algumas crianças, que se negavam a voltar ao local.
Outras crianças chegaram a contar que as agressões ocorriam constantemente, sendo que em uma situação mais grave, uma bebê de onze meses chegou a ser torturada pela mulher. Também há relatos de constrangimento pelos quais os pequeninos passavam.