A sétima edição do International Symposium on Immunobiologicals (ISI) foi inaugurada nesta terça-feira (2), no Rio de Janeiro, e já alertou sobre o alto risco da volta da poliomielite ao Brasil. Embora a doença tenha sido erradicada no país desde 1989, ela pode causar mortes ou sequelas motoras graves.
Um dos principais motivos de preocupação é a baixa cobertura vacinal contra a paralisia infantil, como a doença também é conhecida. A falta de vacinação, o saneamento inadequado, grupos antivacinas e a falta de vigilância ambiental são alguns dos fatores que podem contribuir para o retorno da doença.
A presidente da Câmara Técnica de Poliomielite do Ministério da Saúde, Luiza Helena Falleiros, destacou que o risco de retorno da poliomielite é evidente. Ela lembrou que as vacinas são vítimas do próprio sucesso, já que, hoje em dia, poucas pessoas viram um caso de pólio e não têm noção do risco envolvido.
Luiza Helena citou um estudo do Comitê Regional de Certificação de Erradicação da Polio 2022, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que classifica o Brasil como o segundo país das Américas com maior risco de retorno da poliomielite, atrás apenas do Haiti.
Recentemente, um caso da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, aumentando a vigilância nas fronteiras. Há 30 anos, o continente estava livre de registros da doença.
Cobertura vacinal
Em 2022, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil ficou em 77,16%, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela OMS para evitar a circulação do vírus. O assunto foi discutido no International Symposium on Immunobiologicals (ISI), que alertou para o risco de retorno da doença ao país.
José Cassio de Morais, assessor temporário da Organização Pan-Americana da Saúde, aponta a falta de confiança nas vacinas distribuídas pelo governo, a dificuldade de acesso aos postos e a escolaridade e nível de renda da população como fatores que influenciam a baixa cobertura. Para melhorar o cenário atual, Morais defende mais investimento em campanhas e informações de qualidade, além de melhorar a comunicação sobre a importância da vacinação e divulgar notícias positivas sobre as campanhas de vacinação.
A presidente da Câmara Técnica de Poliomielite do Ministério da Saúde, Luiza Helena Falleiros, destaca que o risco de retorno da doença é evidente devido ao processo constante de imigração, baixas coberturas vacinais, saneamento inadequado, grupos antivacinas e falta de vigilância ambiental. O Brasil é o segundo país das Américas com maior risco de retorno da poliomielite, segundo um estudo da Organização Pan-Americana da Saúde, atrás apenas do Haiti. Recentemente, um caso da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou a vigilância nas fronteiras.
Com informações da Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil