44.100 hectares destruídos em um dia evidenciam gravidade da situação; números superam recordes de anos anteriores
Na última quinta-feira (13), o Pantanal em Mato Grosso do Sul registrou a destruição de 44.100 hectares devido aos incêndios, uma média de 30,6 hectares por minuto. Este junho é o pior desde o início do monitoramento pelo Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa) da UFRJ, em 2012.
Até agora, em 13 dias de junho, o fogo devastou 135.675 hectares no Pantanal de MS, superando em 472% o recorde de junho de 2020, quando 23.700 hectares foram queimados ao longo do mês inteiro. Os dados diários são alarmantes: no dia 10 foram 7.800 hectares, no dia 11 aumentou para 11.500, e no dia 12 mais que dobrou para 29.875 hectares.
A situação segue fora de controle com 44.100 hectares destruídos no dia 13. Em Corumbá, principal município do Pantanal, foram registrados 244 focos de calor nas últimas 48 horas, superando o número de bombeiros na região, que conta com 96 profissionais. O Comando Militar do Oeste também integrou 90 militares na operação, focando esforços próximos ao Forte Coimbra.
Desde o início do ano, 296 mil hectares foram devastados pelo fogo, representando 3,04% do bioma no Estado. O período crítico dos incêndios está apenas começando e, com chuvas insignificantes previstas até outubro, o cenário deve piorar. Em 2023, os incêndios consumiram 520.800 hectares e, em 2020, o pior ano registrado, 1,58 milhão de hectares foram destruídos.
A escassez de chuvas desde outubro do ano passado, com volumes 40% abaixo da média histórica, deixou áreas secas e vulneráveis ao fogo. Rios importantes como Paraguai, Negro, Miranda, Aquidauana e Taquari não transbordaram, secando lagoas e braços de rios. Fortes rajadas de vento, que normalmente ocorrem no final de julho e agosto, ajudaram a espalhar o fogo na última semana, com velocidades chegando a 50 km/h, agravando ainda mais a situação.