Universidades e ministérios estão entre os principais alvos de manifestações; dados revelam que maioria dos denunciantes são mulheres
As ouvidorias de 173 órgãos públicos federais, incluindo ministérios, universidades, hospitais, empresas estatais e autarquias, registraram, até o momento, 571 denúncias e reclamações de assédio sexual. Esses dados estão disponíveis no painel “Resolveu?”, da Controladoria-Geral da União (CGU), que revela que mais de 97% das manifestações são denúncias, enquanto 2,5% se configuram como reclamações.
Os maiores números de registros foram observados na Universidade Federal de Rondônia, com 32 ocorrências, seguida pelo Ministério da Saúde (23), a Universidade Federal de Pernambuco (20) e pela própria CGU (20). Outros órgãos com números expressivos incluem o Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ambos com 11 casos, além da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dez denúncias.
Cerca de 60% dos registros apontam o tipo de denúncia, sendo a maioria relacionada a “conduta de natureza sexual”. Em agosto, houve um aumento expressivo no número de denúncias, com 122 novos registros, o que corresponde a 21% do total do ano.
A análise do perfil dos denunciantes mostra que três quartos dos reclamantes não informaram dados como localização ou cor. No entanto, entre as 88 pessoas que identificaram o sexo, 75% são mulheres.
Apesar do crescente número de casos, o painel da CGU não registra nenhuma denúncia de assédio sexual no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH). Ainda assim, na última sexta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro Silvio Almeida, após denúncias relacionadas a assédio sexual.
Fonte: Agência Brasil
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