Em parceria com diversas instituições, o Instituto Homem Pantaneiro realizou a segunda etapa da Operação Dourado, salvando 350 peixes de áreas afetadas pela seca entre os dias 1 e 3 de outubro
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em parceria com várias entidades, realizou entre os dias 1 e 3 de outubro a segunda etapa da Operação Dourado, no rio da Prata, localizado entre os municípios de Jardim e Bonito, Mato Grosso do Sul. A ação resgatou 350 peixes que ficaram ilhados em um trecho do rio devido à estiagem e ao baixo nível de oxigênio na água. A primeira fase da operação havia sido realizada em agosto, quando 200 peixes foram retirados de áreas críticas.
Além da equipe do programa Cabeceiras do Pantanal, do IHP, participaram da operação o Ministério Público Estadual, a Polícia Militar Ambiental, o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (Iasb), o Instituto Amigos do Rio da Prata, o Instituto Guarda Mirim de Jardim, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e proprietários rurais da região.
A operação foi motivada por um monitoramento ambiental realizado pelo Instituto Guarda Mirim de Jardim, que identificou peixes presos em uma área de baixa oxigenação no rio. O biólogo Sérgio Barreto, coordenador do programa Cabeceiras do Pantanal, afirmou que o resgate foi desafiador devido ao difícil acesso e às condições adversas da região. “Pegamos aproximadamente 350 peixes, e as condições estavam muito difíceis de relocação. Esse local segue com monitoramento direto da equipe do Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim”, explicou Barreto.
Entre as espécies resgatadas estavam curimbatá, piraputanga, dourado, cascudo, piau sul, piau e lambari. Na primeira etapa da operação, realizada em agosto, foram encontradas espécies como dourado, cascudo, curimbatá, piraputanga, piau e piapara.
O presidente do IHP, Ângelo Rabelo, destacou a gravidade da situação das nascentes da região, afirmando que ações urgentes de mitigação são necessárias. “Não é a primeira vez que uma situação como essa ocorre na região. Temos um alerta sobre a perda de força e vitalidade do rio, com drenos em algumas áreas e outros passivos ambientais que ameaçam as nascentes. O problema não está em todo o curso do rio, mas em regiões mais sensíveis. Esse quadro se repete em outros rios, o que exige ações mais fortes para proteger as nascentes e garantir o volume de água”, afirmou Rabelo.
Para garantir a sobrevivência dos peixes resgatados, eles foram transferidos para uma área do próprio rio da Prata que mantém um fluxo de água mais estável. O processo de relocação durou dois dias devido ao grande número de peixes que precisou ser salvo.
O Instituto Homem Pantaneiro, fundado em 2002, atua na conservação do bioma Pantanal e na preservação da cultura local, gerindo áreas protegidas, apoiando pesquisas científicas e promovendo o diálogo entre atores interessados na preservação da região.
Fonte: IHP
Fotos: Lauro Keslley