Vivianne Nunes
Sim, estamos falidos, perdidos, ferrados.
Dinheiro?
Não, não estou falando em dinheiro, estou falando sobre a falência dos órgãos, a falência múltipla dos órgãos. Estamos em colapso respiratório.
Estou falando não apenas da indecência do poder público, como também da falta de força, de coragem, da certeza da impunidade. É muito maior que isso, estou falando as contas que vamos prestar com o Chefe Maior quando, de fato, formos a falência.
Se você acha natural ler em um jornal que uma criança de dois anos foi espancada, abusada, morta pelos próprios pais ou, pior, pela mãe com a parceria de um homem que se dizia marido. Um animal, isso sim!
Se você consegue absorver com naturalidade os vários e vários e vários casos de assassinato a sangue frio, de filhos matando os pais, de animais sendo torturados, enterrados em vida para morrer no decorrer de um parto, se você consegue aceitar um filhote de animal sendo morto a tijoladas, meu irmão, o caso é mais grave do que pensamos.
Esse mundo está na UTI há muito tempo. A falência está próxima e nós somos os bossais que não fazemos nada? Mas ai você me pergunta, o que posso fazer? E eu te respondo com muita tristeza no coração, que também não sei o que fazer! Só sei que não posso assistir a tudo isso com meu coração em paz. Apenas dói muito ver tudo isso acontecendo, dói muito saber que é comum para tanta gente absorver esse tipo de notícia assim, de olhos fechados para esses absurdos.
Eu rezo, tenho rezado pouco, mas rezo! E peço que Deus tenha misericórdia na hora da volta e que, acima de tudo, não se demore, Senhor. Esse mundo aqui já era, mas quero estar bem longe daqui quando a falência acontecer de fato. Que tenha misericórdia da minha alma quando tudo isso acabar.