“Na virada do ano de 2017 para 2018, passei com Jesus e fiz um pedido”. É assim que a empresária Laura Reimer, começou a contar sua história de alegrias e lutas com o buffet Pirô Produções, que nasceu antes da pandemia e sobreviveu a ela por duras penas e muita oração.
Quando ela conta que estava com Jesus é porque para os católicos, estar na presença do Santíssimo Sacramento é estar na presença real d´Ele e na ocasião em que relata, ela estava na paróquia Nossa Senhora da Abadia, atualmente, Santuário Nossa Senhora da Abadia.
“Falei, Deus, eu queria tanto que o senhor me desse uma empresa, já com um nome, feita. Pedi que ela tivesse já constituída, que levasse a alegria, que me desse alegria também. Fiz meu pedido. Eu queria trabalhar, mas não tinha nada em mente”, contou.
No dia seguinte, a amiga Lívia Maymone, sua companheira ainda hoje nessa empreitada, foi até ela e contou que o local onde ela trabalhava estava à venda. Era uma loja de decoração e festas infantis. Foi assim que nasceu a alegria da Laura de tantas outras pessoas que passaram por ali.
Ela só não contava que no auge daquele empreendimento, assim como a maioria dos empresários no país, tivesse que passar pela tempestade que foi a chegada da pandemia do Covid-19.
Pandemia e fim de festa
“Naquela época, todos os clientes que fizeram a primeira festa comigo, já estavam na segunda, terceira”, conta. Segundo ela, eram 170 festas agendadas quando veio o que ela chama de “tragédia”. “Se em 15 dias eu firmei tudo isso,, com a pandemia, a primeira coisa a ser cancelada foram as festas”, contou. Na ocasião, Laura lembra que tinha pacotes fechados até 2021. “Foi quando começou a debandada. De todas, 90% das que estavam fechadas em contrato, não pagaram. Me descapitalizei totalmente”, lembrou.
“Foi um tempo muito difícil pra mim. Fiquei sem dinheiro, sem mão-de-bra, perdi a saúde, dinheiro, mas uma coisa eu não perdi: a fé”, lembra a empresária. “Durante a pandemia eu tive alguns milagres, fico até emocionada de falar, porque só Deus sabe o que eu passei, mas Ele estava muito presente, Nossa Senhora estava muito presente. Essa pandemia eu penso que foi o meu deserto, foi a prova de que Deus estava pedindo pra que eu confiasse nele”.
Testemunho
Laura conta que para conseguir honrar os compromissos, teve a ajuda de muitas pessoas queridas, amigos que surgiram, fornecedores que aceitaram trabalhar sem data para receber e da família. “Meu marido me ajudou muito”, lembrou.
“Eu tinha que realizar uma festa e não tinha um Real. A festa estava paga e eu precisava entregar. Era uma festa que a mãe decidiu fazer no final de mês e ninguém podia me ajudar [financeiramente]. Passei a semana toda trabalhando. Um dia fazia um painel, no outro fazia outro, fiz tudo sozinha. Um dos painéis tinha cinco metros de altura. Chegou o dia e meu marido foi comigo me ajudar a montar tudo, mas ainda sem saber como eu ia fazer para pagar os fornecedores no fim daquela noite”.
Laura tinha mesa de doces, garçons e várias outras pessoas que, comumente, recebem no final da festa. “Eu ia arrumando, montando e pedindo a Deus que me ajudasse”, contou. Ela lembra que naquele dia chegou a discutir com o esposo quando ele entendeu qual era a situação em que ela estava. Achou um absurdo que ela contasse tanto assim com a fé, mas ela não arredou o pé e continuou o serviço. Tamanha era sua espera em Deus que assim que terminou de montar tudo, recebeu uma ligação da sua vendedora, dizendo que havia entrado uma nova festa e que a responsável havia feito o pagamento adiantado.
“Chamei meu marido e disse: eu não falei pra você que Deus ia prover. Tá tudo pago! Quando Deus está na nossa vida, não deixa faltar nada!”
Sucesso
Depois desse temporal que parecia não ter fim, a loja voltou a crescer. “Quero sempre dar o meu melhor para os meus clientes, quero melhorar, não quero desistir e por tudo o que já passei, eu me sinto vitoriosa. Tenho que honrar o nome de Deus, estou aqui por algum propósito d´Ele”, afirmou.
Dona de um sorriso multiplicador e de um bom humor insuperável, Laura garante que trabalhar nesse ramo de entretenimento a faz muito feliz, por saber que leva a alegria aos lares. “É uma coisa de celebrar com a família, com os amigos, fazer a festa dos outros, é muito importante pra mim”, garantiu.
Acervo
Atualmente, são 30 personagens infantis, 10 deles, heróis e outros tantos. Todos em tamanho mais que real, além de tecidos, pratarias, painéis que ela mesmo faz. Sem contar com a manutenção de tudo isso. Do alto dos seus 1,60 de altura, ela e seu bom humor sobem e descem na hora de reparar a pintura dos super heróis. Quem é mesmo o herói dessa história?
Vivianne Nunes