Os incêndios que assolam o Pantanal sul-mato-grossense têm mobilizado uma grande força-tarefa para combater as chamas que ameaçam um dos biomas mais importantes do mundo. Até o momento, 1.170 homens e mulheres estão envolvidos nessa missão, utilizando 18 aeronaves, 7 caminhões de combate a incêndio, 6 embarcações e diversas caminhonetes do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul e da Força Nacional de Segurança Pública.
Entre esses profissionais, as histórias de dedicação e amor ao Pantanal se destacam. A Tenente Letícia Solano, por exemplo, é uma das heroínas que lutam diariamente contra o avanço das chamas. Nascida em Campo Grande, mas com forte ligação afetiva com Corumbá, Letícia ingressou no Corpo de Bombeiros em 2018, acreditando que atuaria apenas em projetos de engenharia ambiental. Contudo, a realidade foi diferente.
“Uma semana depois de ingressar na Diretoria de Proteção Ambiental, já estava no Pantanal, sem experiência prévia em combate a incêndios florestais, mas com uma equipe especializada ao meu lado. Foi desafiador e, ao mesmo tempo, um grande aprendizado”, relata a tenente, que atuou por 15 dias consecutivos no combate às chamas.
A força do fogo impressiona, mas a determinação em proteger o bioma é ainda maior. “Todos os dias estávamos lá, dando o nosso melhor, e conseguimos, ao final do dia, combater o incêndio”, afirma Letícia.
Outra profissional que merece destaque é a Sargento Katiane Mercado Alves, que desde 2020 se voluntaria para as missões no Pantanal. Para ela, o que move sua dedicação é o amor ao Mato Grosso do Sul e ao Patrimônio Natural da Humanidade, título concedido ao Pantanal pela Unesco. “A maior palavra que a gente tem é responsabilidade. Nasci no Estado, vejo os animais e a vegetação que sempre fizeram parte da minha vida, e quando vejo isso queimando, sofro por dentro. A necessidade de apagar o fogo o quanto antes é o que nos move”, explica Katiane.
A Sargento Monalisa Alves Tabaco, mecânica de voo do KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB), também faz parte dessa operação de combate. “Os incêndios são um desastre natural que nós não gostaríamos que existissem, mas é muito gratificante poder ajudar no combate nesses períodos”, comenta Monalisa, que tem a responsabilidade de garantir que a maior aeronave da operação esteja em condições de realizar lançamentos de até 12 mil litros de água sobre as áreas atingidas.
Esses profissionais, movidos pelo amor ao Pantanal e pelo compromisso com a preservação do meio ambiente, são os verdadeiros heróis nessa batalha contra as chamas que ameaçam um dos biomas mais ricos e diversos do planeta.