Pequenas e médias empresas migram para o mercado livre em busca de economia e previsibilidade no custo da energia
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou um marco histórico em 2024, com mais de 16 mil migrações de consumidores para o mercado livre de energia até agosto. Somente em agosto, 2.533 novos consumidores ingressaram nesse segmento, um volume três vezes maior em comparação ao mesmo período de 2023. O resultado já ultrapassa em duas vezes o total de migrações ocorridas ao longo de todo o ano anterior.
De acordo com a CCEE, 72,6% das migrações foram realizadas por pequenas e médias empresas, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios, que optaram pelo modelo de contrato varejista. Nesse formato, o fornecimento de energia é negociado por um comercializador, responsável por representar essas empresas e gerenciar suas operações no mercado.
No mercado livre de energia, os consumidores têm a liberdade de escolher seu próprio fornecedor e negociar as condições de preço e prazo de fornecimento, além de optar pela fonte de energia desejada. Para Alexandre Ramos, presidente da CCEE, essa liberdade de escolha, somada ao atendimento personalizado, é um dos grandes atrativos do setor. “São empresas e pessoas que perceberam a possibilidade de ganharem competitividade e previsibilidade financeira. Com a procura maior, a CCEE tem se dedicado ainda mais a projetos que simplificam os processos de migração, buscando proporcionar a melhor experiência aos novos consumidores”, afirma Ramos.
A CCEE está à frente de um esforço para tornar mais eficiente o processo de cadastro e gestão de contratos no mercado livre, beneficiando diretamente os consumidores. Ainda em setembro, a Câmara iniciará testes de um novo modelo de troca de informações entre distribuidoras, comercializadoras e a própria CCEE, com o objetivo de preparar o setor para a abertura integral do mercado livre, que deve ser viabilizada por futuras regulamentações.
Perfil das migrações
Entre os setores que mais aderiram ao mercado livre, destacam-se os segmentos de Comércio e Serviços, responsáveis por quase 50% das migrações. No setor de Serviços, condomínios prediais (479) e hotéis (450) lideram, enquanto no comércio, os supermercados (1.248) e postos de combustíveis (619) se destacam. Na indústria de manufaturados, a fabricação de embalagens plásticas (396) e artefatos de material plástico (203) tiveram maior relevância.
A região Sudeste lidera o ranking de migrações, seguida pelas regiões Sul e Nordeste. Entre os estados com mais adesões estão Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina, Pernambuco e Ceará. Mato Grosso do Sul aparece apenas na décima quinta posição no levantamento.
Fonte: CCEE
Foto: PxHere