Vivianne Nunes
No dia em que completou 20 anos, teve início talvez um dos piores pesadelos da jovem que, nesta matéria, vamos chamar de Ana, para preservar sua identidade. Em um relacionamento abusivo que já passava de um ano e quatro meses, Ana resolveu sair com o namorado para comemorar mais um aniversário. No entanto, por razões que ainda não foram divulgadas, mas que também talvez não venham ao caso para o momento, a jovem foi aprisionada, estuprada e torturada pelo namorado.
Com um golpe no pescoço, o agressor desmaiou a jovem, que só acordou na casa do namorado, um homem de 28 anos. As torturas começaram com o homem despejando um vidro de álcool no rosto da jovem e seguiram com o vapor do ferro quente sobre sua face, golpes com uma balança e água fervendo sobre sua virilha.
Enquanto Ana gritava de dor, pedia que ele parasse, ele gritava ainda mais para que ela se calasse. Com um isqueiro e um vidro de veneno, o rapaz improvisou um maçarico e passou a queimar o corpo da namorada, lentamente.
A crueldade sem limite, fez com que ele a mandasse para o chuveiro, onde continuou a queimá-la deixando as marcas no chão, com os tufos de cabelos que foram encontrados após o resgate da moça.
E jovem teve o corpo queimado, os cílios, a sobrancelha, os cabelos. E o ápice da violência e do sangue frio aconteceu quando o agressor a deixou em casa e foi até uma farmácia para comprar pomadas e medicamentos, alegando que ela só sairia da casa depois que estivesse curada, para não levantar suspeitas sobre o crime.
A vítima foi mantida em cárcere privado, torturada e chegou a ser violentada pelo agressor. Em um momento de descuido, ele teria abandonado o celular dela. Foi nessa hora que ela conseguiu mandar uma mensagem para o seu irmão, que chamou a polícia e se dirigiu até o local, onde a jovem foi encontrada enrolada em lençóis e em estado de choque.
Na porta da casa, policiais foram informados de que não havia mais ninguém na casa. No entanto, os policiais forçaram a entrada e retiraram a jovem do local.
Preso em flagrante, ele garante que ela se machucou pois teria se jogado do carro em movimento. Negou até o fim todas as acusações, mas na manhã desta terça-feira já havia pedido para ser ouvido novamente pela delegada plantonista na Casa da Mulher Brasileira.
A situação foi apresentada na manhã desta terça-feira (31) pela delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Elaine Cristina Ishiki Benincasa, e tratada como cruel. “Foram atos de crueldade, criminosos, que caracterizam um ódio muito grande do autor pela vítima”, relatou.
O perfil do rapaz é apresentado pela própria vítima como uma pessoa difícil e muito ciumenta.