Campo Grande , 25 de novembro de 2024

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Inflação preocupa e desafia crescimento econômico no Brasil, aponta pesquisa

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu ligeiramente de 1% para 1,02%, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) hoje (15). Apesar do aumento, as projeções ainda indicam um crescimento modesto para o país. Para o próximo ano, a expectativa é de uma expansão um pouco mais robusta, com um crescimento estimado de 1,38% do Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, uma preocupação se destaca: a inflação. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 6,02% para 6,03% neste ano. Para 2024, a estimativa é de 4,15%, ainda acima da meta de 3% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2025 e 2026, as previsões são de 4% para ambos os anos.

Esses números colocam a inflação em um patamar preocupante. A meta estabelecida pelo CMN é de 3,25% para 2023, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Ou seja, o limite superior seria de 4,75%. O Banco Central estima que há 83% de chance de a inflação oficial superar esse limite em 2023.

No último mês, o IPCA registrou um aumento de 0,61%, influenciado principalmente pelo aumento no preço dos remédios, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora tenha sido menor do que a taxa de março, que foi de 0,71%, o índice acumula uma alta de 4,18% nos últimos 12 meses.

Essas projeções para a economia e a inflação evidenciam a necessidade de atenção por parte das autoridades e dos agentes econômicos. O desafio agora é buscar o equilíbrio entre o crescimento econômico e o controle da inflação, visando uma recuperação sólida e sustentável para o país. Ações efetivas serão necessárias para enfrentar os desafios econômicos e garantir um cenário mais estável e favorável para a população brasileira.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como seu principal instrumento. Atualmente, a Selic está fixada em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), sendo o maior patamar desde janeiro de 2017. Essa taxa tem sido mantida desde agosto do ano passado.

Segundo as projeções do mercado financeiro, espera-se que a Selic encerre o ano de 2023 em 12,5% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para 2025 e 2026, as previsões apontam para uma Selic de 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

O nível da Selic tem sido motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. A elevação da taxa básica de juros pelo Copom tem o objetivo de conter a demanda aquecida, o que pode impactar os preços, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por outro lado, taxas elevadas podem dificultar a expansão da economia.

Quando a Selic é reduzida, espera-se que o crédito fique mais acessível, estimulando a produção e o consumo. Isso pode resultar em um controle menos rígido da inflação e impulsionar a atividade econômica.

Em relação à cotação do dólar, as projeções do mercado apontam para um valor de R$ 5,20 no final deste ano. Para o encerramento de 2024, a estimativa é que a moeda americana permaneça nesse mesmo patamar.

As projeções do mercado financeiro são importantes indicadores para analisar o cenário econômico e subsidiar decisões de investimentos e estratégias empresariais. As expectativas em relação à taxa de juros e à cotação do dólar refletem a busca por equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico, elementos fundamentais para o desenvolvimento do país.

com informações da Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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