Projeto nascido na CUFA une profissionais e moradores em busca de bairros mais inclusivos
Com uma abordagem inovadora e um olhar sensível às demandas das comunidades periféricas, a Escola das Favelas surgiu em 2024 na Central Única das Favelas (CUFA) de Campo Grande, buscando promover a inclusão e o desenvolvimento nas favelas da capital sul-mato-grossense. A iniciativa é liderada pela psicóloga Tatiana Samper, que percebeu a necessidade de uma preparação adequada para os profissionais interessados em atuar nessas áreas.
Segundo Tatiana, o projeto nasceu de uma inquietação observada ao longo de seus anos de envolvimento com a CUFA e após concluir seu mestrado em Desenvolvimento Local. “Muitos profissionais queriam se aproximar para desenvolver projetos, mas faltava-lhes um olhar interseccional, sensível às questões de raça, gênero e classe. Isso é crucial para evitar abordagens prejudiciais, atravessadas pelo racismo, elitismo e machismo”, destacou a psicóloga.
Com a proposta de garantir a continuidade e a eficácia dos projetos, Tatiana reuniu uma equipe multidisciplinar. Entre os convidados para compor o time está o psicólogo e psicodramatista Yan Chaparro, reconhecido por seu trabalho com os povos Guarani e Kaiowá e na condução de grupos psicoterapêuticos. A equipe também conta com profissionais de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia, Administração, Enfermagem, Biologia, Educação, Jornalismo, além de membros da própria CUFA, como a coordenadora Letícia Polidório, o DJ Amarelo Drama e a voluntária Danielly Oliveira.
O projeto se estrutura em três pilares: formação, pesquisa e ação. A formação visa capacitar profissionais para atuarem nas favelas, enquanto a pesquisa se concentra no mapeamento de dados relevantes. Já a ação se traduz na execução de projetos que trazem benefícios concretos aos moradores das periferias.
O primeiro projeto da Escola das Favelas, “Sonhos em Comunidade”, é focado na educação urbanística e ambiental. “Identificamos na minha dissertação de mestrado o desejo das mulheres da periferia por praças e espaços de convivência. Esse foi o ponto de partida para o projeto, que trabalha com crianças e mulheres do bairro São Conrado para transformar esses sonhos em realidade”, explicou Tatiana.
Os interessados em acompanhar o trabalho da Escola das Favelas podem seguir o perfil no Instagram: @escoladasfavelas.
Fonte: AsseCom/CUFA
Fotos: CUFA