Campo Grande , 21 de novembro de 2024

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Em Brasília, governadores debatem combate aos incêndios florestais

Encontro abordou estratégias de enfrentamento das queimadas em meio a uma das piores estiagens das últimas décadas

Na noite desta quarta-feira (21), governadores de estados brasileiros diretamente afetados pelos incêndios florestais se reuniram em Brasília para discutir estratégias de combate às queimadas que devastam o Pantanal e a Amazônia. O encontro contou com a presença dos governadores Eduardo Riedel (MS), Antônio Denarium (RR), Wilson Lima (AM), Gladson Cameli (AC) e Carlos Brandão (MA).

“O Pantanal já sofreu bastante, temos uma previsão de baixo índice de chuva nos próximos dois meses ainda e todas as nossas forças mobilizadas com o Governo Federal também apoiando bastante o Estado neste momento,” afirmou Eduardo Riedel, destacando o grave impacto das queimadas na região sul-mato-grossense.

Em Mato Grosso do Sul, os incêndios florestais já devastaram 1.495.475 hectares desde janeiro até 20 de agosto, o que representa 15% do Pantanal no estado. Mais de 500 bombeiros, policiais, integrantes das Forças Armadas e brigadistas trabalham no combate às chamas, seguindo um plano iniciado no início de 2024, previsto para enfrentar a pior seca dos últimos 70 anos.

Os governadores foram recebidos em Brasília por seis ministros: Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Marina Silva (Meio Ambiente), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Laercio Portela (Comunicação).

Ações Federais e Regionais

O Governo Federal anunciou a instalação de frentes multiagências em regiões críticas da Amazônia. André Lima, secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no MMA, explicou que 21 municípios concentram 50% dos focos de incêndio na Amazônia. “Estamos separando essas áreas em três regiões prioritárias para instalação de frentes multiagências interfederativas,” afirmou Lima.

As áreas prioritárias incluem:

  • Região entre Porto Velho e Humaitá: ao longo da BR-319
  • Região de Apuí: próxima à BR-230, Rodovia Transamazônica
  • Região de Novo Progresso: no oeste do Pará, abrangida pela BR-163

Essas regiões receberão bases multiagências com a participação de órgãos federais, estaduais e municipais, como Ibama, ICMBio, Funai, Incra, Polícia Federal, polícias estaduais e outras agências.

Atualmente, cerca de 360 frentes de incêndios estão em operação no Norte do Brasil, com mais de 1.400 brigadistas em campo. Desde janeiro, foram registrados mais de 59 mil focos de incêndio na Amazônia, o pior número desde 2010. As queimadas têm gerado fumaça que se estende por uma faixa do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, alcançando também o Peru, Bolívia e Paraguai.

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos divulgou imagens que mostram a concentração de monóxido de carbono sobre essas áreas. Na última semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um alerta sobre os cuidados necessários para a saúde devido à poluição do ar resultante das queimadas.

Fonte: Governo de MS
Fotos: Divulgação Casa Civil/PR

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