Nesta quinta-feira (31), o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi palco de um debate intenso entre os deputados estaduais em relação ao aporte financeiro destinado à Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems). O deputado Rafael Tavares (PRTB) iniciou a discussão ao defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação financeira da Cassems.
Rafael Tavares destacou a importância de esclarecer a aparente discrepância entre declarações feitas pelo presidente da Cassems, Ricardo Ayache, antes e depois da eleição da entidade. Segundo o deputado, Ayache mencionava contas superavitárias antes da eleição e passou a referir-se a um saldo negativo após sua recondução ao cargo. Tavares enfatizou que essa mudança causa preocupação sobre a transparência da gestão.
O deputado também questionou o aporte de R$ 60 milhões proposto pelo Projeto de Lei 245/2023, apresentado pelo Poder Executivo. Ele indagou sobre a necessidade da manutenção da taxa extra dos usuários da Cassems se o Governo está fornecendo esse repasse substancial. “Estamos diante de um cenário de modelo de gestão e agora apresentam este rombo nas contas. Tentamos descobrir de onde veio o rombo, mas não conseguimos, esbarrando em outro problema, a transparência”, afirmou Tavares.
No decorrer da sessão, outros deputados se manifestaram sobre a importância do aporte financeiro para garantir a qualidade do plano de saúde dos servidores do Estado. Gleice Jane (PT) destacou os efeitos positivos desse investimento para os usuários da Cassems. Junior Mochi (MDB) explicou seu apoio ao auxílio prestado pelo Estado à entidade e destacou a formação de uma comissão para intermediar a questão.
Lidio Lopes (Patriota) e Neno Razuk (PL) enfatizaram a importância de evitar que o prejuízo recaia sobre os servidores e defenderam o fim da taxa extra. Paulo Corrêa (PSDB) expressou preocupação sobre a retirada de um fator moderador e ressaltou o impacto do financiamento na estabilidade da Cassems.
O deputado Pedro Kemp (PT) reforçou que a discussão não trata da criação de taxas, mas sim do equilíbrio financeiro do plano de saúde que atende mais de 200 mil pessoas. Roberto Hashioka (União) elogiou a sensibilidade do Governo em auxiliar a Cassems.
O presidente Gerson Claro (PP) esclareceu que a discussão sobre a contribuição dos usuários é conduzida pela própria Cassems e destacou que a entidade é regida por seu Conselho e fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde. Ele enfatizou que o aporte do Governo não é destinado à Cassems, mas sim aos servidores. Claro afirmou que a escolha do plano de saúde e a condução da entidade estão sob responsabilidade dos servidores.
O debate sobre o aporte financeiro à Cassems continua, com a Assembleia buscando entender as implicações e a transparência da gestão financeira da entidade.
Foto: Luciana Nassar/Alems