A situação alarmante de superlotação nos leitos das unidades de saúde em Campo Grande motivou o Poder Executivo a decretar estado de emergência devido ao agravamento das doenças respiratórias. Em uma escalada preocupante, o número de pessoas aguardando vaga hospitalar saltou para 140, mais que o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior, que registrou apenas 60 pessoas nessa situação. As informações foram fornecidas pela secretária municipal de Saúde, Rosana Leite Mello, durante uma entrevista ao programa Rádio Livre da FM 104,7 nesta sexta-feira (3).
O decreto, que tem validade de 90 dias, permite a implementação de ações administrativas excepcionais para lidar com a crise atual e foi publicado no Diário Oficial no último dia 30. Segundo a secretária, este período do ano geralmente registra um aumento nos casos de síndromes respiratórias, mas a gravidade dos casos em 2024 tem sido notavelmente maior, exigindo internações mais prolongadas. “O tempo médio de espera para atendimento nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) também tem sido impactado, com casos mais graves sendo priorizados e outros acumulando longas esperas,” explicou Rosana.
Para enfrentar essa situação crítica, o município reforçou as equipes de médicos e enfermeiros, mas a gravidade dos casos tem impedido uma rápida rotatividade nos leitos, essencial para o atendimento eficiente. A vigilância epidemiológica local tem se concentrado em identificar os tipos predominantes de vírus, com o influenza sendo o mais comum atualmente, diferente do ano passado quando o vírus sincicial respiratório e a covid-19 foram mais prevalentes.
Dada a situação, a Prefeitura de Campo Grande criou um Gabinete de Crise dentro do Centro de Operações Especiais (COE), que monitora a incidência, gravidade e desfecho dos atendimentos para ajustar as estratégias de manejo dos casos. “Analisamos os dados três vezes ao dia para adaptar nossas ações rapidamente e gerenciar a capacidade hospitalar mais eficazmente,” disse a secretária. Este gabinete também tem a tarefa de monitorar a saúde dos profissionais de saúde, frequentemente expostos ao risco de infecção.
Até o momento, há 240 pessoas internadas, com 170 adultos e 32 crianças, muitas das quais estão sendo tratadas por complicações de doenças respiratórias. A secretária enfatizou a importância da prevenção, especialmente para populações vulneráveis como idosos e crianças, e recomendou que medidas de precaução, como evitar aglomerações e contatos próximos, sejam estritamente seguidas para minimizar o risco de transmissão.
A situação em Campo Grande serve como um lembrete crucial da necessidade contínua de vigilância e prevenção, especialmente em tempos de crise de saúde pública.
Vivianne Nunes