Sophia tinha apenas dois anos e sete meses de idade. Na tarde desta quinta-feira (26) ela perdeu a luta pela vida. Não, ela não estava doente. Sophia vivia em um mundo doente na própria casa onde morava com a mãe, a irmã caçula e o padrasto, na região da Vila Nasser, em Campo Grande.
O corpo da criança foi levado pela própria mãe, Stephanie de Jesus, 24 anos, até a Unidade de Pronto Atendimento Médico (Upa) Coronel Antonino onde pedia socorro. A criança, segundo ela, havia sido agredida pelo padrasto, Christian Campocano Leitheim. No local os dois foram presos. A criança estava morto há pelo menos quatro horas, segundo informações da Polícia Civil.
O caso foi encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e a porta voz das informações preliminares foi a titular Anne Karine Sanches Trevizan, ainda na manhã de sexta-feira (27), quando o caso veio ao conhecimento público.
Além das agressões cometidas contra a criança, há indícios de que Sofia tenha sido violentada pelo padrasto. Durante a entrevista coletiva, a delegada informou que era ele, o próprio agressor, quem tomava conta das crianças enquanto a mãe trabalhava.
Na unidade de saúde, a criança já havia passado por outros 30 atendimentos e em um deles, a criança estava com a tíbia quebrada.
O pai da menina estava tentando, na Justiça, a guarda da criança, mas não teve tempo de obter vitória no processo. Ele mesmo havia registrado dois boletins de ocorrência contra a mãe da criança por maus tratos, depois de ter encontrado sinais de agressão no corpo da filha.
A avó materna, que é quem está se desdobrando em cuidados com a avó paterna, agora para cuidar da criança de seis meses, filha do casal, contou que a família está bem abalada com o caso. Disse ainda que não chegou a presenciar qualquer comportamento desse tipo por parte do genro, mas que de agora em diante não se sentirá surpresa por qualquer que seja o desenrolar da história.
“A única coisa que eu batia muito de frente era com a questão do trabalho, porque ele não parava em lugar nenhum. Minha filha estava de resguardo e tinha que trabalhar porque ele não provia a casa”, contou.
Diante desses fatos, a mãe acabou sendo proibida pela única filha de frequentar a casa da familia. O casal estava junto há pouco mais de um ano.
O corpo de Sophia foi enterrado na tarde desta sexta-feira, no parque Jardim das Palmeiras, em Campo Grande.