Presidente do Concen MS expressou preocupação com elevação da conta de energia entre famílias mais necessitadas
O Estado de Mato Grosso do Sul, assim como grande parte do Brasil, enfrenta uma onda de calor sem precedentes, com temperaturas atingindo mais de 40°C em várias cidades. Essa situação crítica tem gerado sobrecarga e queda na distribuição de energia elétrica nos horários de pico em vários bairros de Campo Grande, impactando diretamente os consumidores locais.
Em uma nota recente, a Energisa divulgou que está monitorando a situação e que, devido às altas temperaturas, uma grande demanda de consumo de energia elétrica no Estado foi registrada na segunda-feira (25/9), por volta das 22h, atingindo 1.395 MW, 11% acima do recorde anterior, registrado na última quinta-feira (21/9), quando o uso foi de 1.248 MW (Megawatts).
Outros fatores também contribuem para a crescente demanda energética, como o consumo médio familiar, que aumenta em até 41% entre os meses de agosto e novembro, em grande parte, devido ao uso crescente de condicionadores de ar durante as noites quentes, por volta das 22h. Além disso, o fenômeno El Niño vem afetando o Estado desde o fim de agosto e tem agravado as condições climáticas, contribuindo para o aumento do consumo de energia. O uso de equipamentos como ar-condicionado e geladeira é prolongado para manter o ambiente mais fresco e conservar a temperatura, o que impacta diretamente na demanda de energia elétrica.
De acordo com o consultor do Concen MS (Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa MS), Ricardo Vidinich, o consumidor deve prestar atenção na hora da compra do ar-condicionado para o susto não ser ainda maior no final do mês. Como exemplo, Vidinich cita o aparelho de 10.000 BTU’s. Se a família mantiver o equipamento ligado durante 8 horas por dia, durante 30 dias do mês, vai gastar cerca de 324 kWh a mais, o que aumentará a conta de energia em aproximadamente R$ 378 por mês.
“Em Campo Grande, esse equipamento é vendido em até dez suaves prestações de R$ 190, porém, somando-se o custo extra de energia, o dispêndio mensal será de R$ 567,89 no orçamento familiar”, detalhou o especialista, que alerta ainda: “sempre que resolver adquirir um equipamento, o consumidor deve pensar no custo final, incluindo a energia, e se ele cabe no bolso. Infelizmente, a energia elétrica, somada aos encargos e impostos, está cara”, pontua Vidinich.
Para a presidente do Concen MS, Rosimeire Costa, uma das preocupações nesse momento crítico são as famílias de baixa renda que atualmente se beneficiam da tarifa zero de energia, concedida a quem consome menos de 200 kWh/mês. O uso intenso de ventiladores, a abertura frequente de geladeiras em busca de água gelada para apaziguar o calor intenso, podem elevar o consumo acima do limite, resultando na perda do benefício social.
Rosimeire enfatiza a importância de os consumidores que hoje fazem parte da tarifa zero adotarem práticas conscientes para evitar o consumo além dos 200 kWh/mês, como lavar e passar roupas apenas uma vez por semana, ligar ventiladores somente quando alguém estiver no cômodo, substituir lâmpadas tradicionais por LED. Além destas, abaixo listamos outras dicas pode contribuir.
Ar-condicionado
● Não deixe portas e janelas abertas com o equipamento ligado;
● Mantenha os filtros limpos;
● Diminua ao máximo o tempo de utilização do aparelho;
● Coloque cortinas nas janelas que recebem sol direto;
● Se possível, priorize a posição de 23ºC.
Geladeira
● Evite deixar a porta aberta;
● Regule a temperatura interna de acordo com o manual de instruções;
● Não coloque alimentos quentes dentro do equipamento;
● Deixe espaço para ventilação na parte de trás da geladeira;
● Não forre as prateleiras;
● Descongele a geladeira e verifique as borrachas de vedação regularmente.
Foto: Edemir Rodrgues