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Brasil estreia no Mundial de halterofilismo

  • Postado em 21 agosto 2023
  • Categorias:Esporte

Atleta mineira Lara Lima defende título conquistado em 2021, na Geórgia, na primeira das suas três competições por medalhas, entre 22 e 30 de agosto; país possui delegação de 23 competidores nos Emirados Árabes

A Seleção Brasileira inicia nesta terça-feira, 22, no Campeonato Mundial de halterofilismo em Dubai com a presença da mineira Lara Lima, 20, que vai proteger sua vitória na categoria Júnior, às 6h (de Brasília). Previamente, ainda nesta segunda-feira, 21, às 12h30, terá início a cerimônia de início do campeonato, com a paulista e campeã paraolímpica Mariana D’Andrea representando o Brasil como porta-estandarte.

Tanto a cerimônia quanto as disputas, de 22 a 30 de agosto, acontecem no hotel Hilton Habtoor City, onde as delegações estão acomodadas. O torneio é fase obrigatória para qualificação para os Jogos Paraolímpicos de Paris 2024, e conta com 495 atletas de 78 nações. O Brasil está presente com uma equipe de 23 atletas de levantamento de peso, de 12 estados (AM, BA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP). A equipe é constituída por aqueles que atingiram os padrões estabelecidos pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) durante a Primeira Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa, em março, e o Campeonato Brasileiro Loterias Caixa, em abril, ambos no Centro de Treinamento Paraolímpico.

Lara é a atual campeã Júnior na categoria até 41kg, com ouro conquistado em Tbilisi, na Geórgia, em 2021. A mineira entra na competição como líder do ranking Mundial de 2023 entre as atletas jovens, com o registro de 98kg. Ela conseguiu lidar com esse peso em abril, no Centro de Treinamento Paraolímpico, em São Paulo.

Haverá três oponentes em Dubai: a equatoriana Kerly Lascano, segunda colocada no ranking com o resultado de 90kg, a cazaque Aigerim Aidarkyzy e a uzbeque Umida Rajapova.

“Estrear na categoria Júnior carrega uma grande responsabilidade. É altamente relevante começar a competição em um nível elevado, para que todos passem a respeitar o Brasil desde o início. É uma prova de grande importância e estou bastante confiante”, afirmou a atleta, que neste ano já conquistou o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens em Bogotá, na Colômbia, em junho, e sofre de mielomeningocele, uma malformação da medula espinhal que afeta seus movimentos.

Lara mencionou ter amadurecido desde o último Campeonato Mundial, em 2021. “Minha maneira de pensar e treinar mudou muito. No último Parapan de Jovens, enfrentei questões familiares bastante complexas e consegui retornar com um resultado excelente. Agora, conheço minha capacidade e meu potencial. Meus treinos estão progredindo constantemente e isso me deixa muito contente”.

Meeting Paraolímpico Loterias Caixa de atletismo, halterofilismo e natação. (Foto: Washington Alves)

Esta será a terceira e derradeira vez que Lara participará de um Mundial na categoria Júnior. Ela compartilhou que sua primeira competição foi decepcionante, com três tentativas anuladas em 2019, no Cazaquistão, o que tornou a conquista no campeonato subsequente, dois anos depois, quando ela suportou 87kg, ainda mais valiosa. “Eu estava extremamente ansiosa. Na Geórgia, em 2021, eu sabia que poderia conquistar a medalha de ouro, mas havia uma preocupação em relação ao Mundial anterior. Retornar após isso com um título foi algo inesquecível”, declarou.

Além de proteger o ouro conquistado na categoria Júnior, Lara também competirá na divisão adulta até 41kg, desta vez na quarta-feira, 23. No dia 30, último dia de competição nos Emirados Árabes, ela ainda se unirá a Mariana D’Andrea e Tayana Medeiros para as competições de equipes femininas. A mineira promete abordagens distintas para cada prova. “Vou fazer o necessário para triunfar no primeiro dia, porém acredito que posso reservar alguma surpresa para a competição da elite, onde estarão minhas principais oponentes”, afirmou.

O Brasil acumulou em sua história 11 medalhas na categoria Júnior desde 2014, ano da conquista da primeira delas, consistindo em cinco ouros, quatro pratas e dois bronzes. Presente na delegação de Dubai, o mineiro Mateus Silva, 26, foi responsável por uma dessas conquistas, uma prata em 2017, na Cidade do México. “Eu sempre competi nas categorias adulta e Júnior simultaneamente. Para alguém que é adolescente e está começando, ajuda a manter o ânimo até alcançar resultados próximos aos dos adultos. Era uma sensação maravilhosa; as pessoas vibravam muito por mim quando eu vencia algo lá. O halterofilismo era algo novo para minha família, e eles comemoravam bastante”, relembrou o atleta de levantamento de peso.

Equipe Brasileira em Dubai
A equipe brasileira adulta em Dubai supera em quantidade a convocada para a edição anterior do Mundial, em Tbilisi, na Geórgia. No campeonato anterior, o Brasil contou com 18 atletas para as competições na elite da modalidade. Entretanto, o país também foi representado por sete atletas no Mundial Júnior, naquela ocasião, para indivíduos de até 20 anos.

A escolha de priorizar a elite em 2023 decorre da proximidade dos Jogos Paraolímpicos de Paris 2024. Dessa forma, optou-se por uma convocação que incluísse o maior número possível de atletas candidatos a garantir um lugar nos Jogos.

O país leva a Dubai seus três medalhistas de edições anteriores do Mundial. São eles: a paulista Mariana D’Andrea, segunda colocada na Geórgia em 2021, o baiano Evânio da Silva, terceiro colocado na Cidade do México em 2017, e a paranaense Márcia Menezes, terceira colocada em Dubai em 2014. Adicionalmente, a delegação contará com nove novatos.

Com seis atletas, Minas Gerais lidera em termos de representantes no Mundial de halterofilismo paraolímpico. Entre os convocados, 11 vêm da região Sudeste, sete do Nordeste, três do Sul e dois do Norte. A Seleção Brasileira é majoritariamente formada por mulheres. São 14, cerca de 61% do grupo, comparado com nove atletas masculinos.

Confira a agenda dos atletas brasileiros na terça-feira, 22, em Dubai:

Meeting Paralímpico Loterias Caixa de atletismo, halterofilismo e natação. (Foto: Washington Alves)

6h (de Brasília)
Categoria Júnior, até 41kg
Lara Lima

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Desempenho
A atleta Mariana D’Andrea faz parte do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Desempenho, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que apoia 91 atletas.

Time São Paulo
A atleta Mariana D’Andrea é integrante do Time São Paulo, colaboração entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que apoia 106 atletas de 14 modalidades. Patrocínios As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do levantamento de peso.

Assessoria de Imprensa do Comitê Paraolímpico Brasileiro
Foto: Washington Alves

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