Canisso, baixista e fundador do Raimundos, morreu aos 57 anos. A informação foi confirmada pelo empresário da banda, Denis Porto. O músico sofreu uma queda após um desmaio e foi levado ao hospital. Com mais de 35 anos de carreira, a banda de Brasília lançou nove álbuns de estúdio, incluindo hits como “Eu Quero Ver o Oco”, “Mulher de Fases” e “A Mais Pedida”. O grupo era conhecido por unir ritmos populares brasileiros com o peso do punk e do hardcore, além de suas letras irreverentes.
Luto
Em suas redes sociais o filho do músico lamentou: “Pai ainda estou sem acreditar, foi um grande susto te perder de uma vez, mas sempre vou me orgulhar de ter tido um herói como pai, agora é minha vez de seguir seu legado”, desabafou Pedro Toscano
Pedro Toscano, filho do músico, escreveu despedida em sua rede social. (Foto: Instagram)
A Banda
O Raimundos teve duas fases principais: uma com o vocalista Rodolfo Abrantes até 2001 e outra com o guitarrista Digão assumindo os vocais a partir de 2001. Canisso aprendeu a tocar instrumentos e a trabalhar como roadie na década de 1980 em Brasília. Foi durante um festival de música organizado em sua escola que ele conheceu Digão, que apresentou um amigo que já conhecia: Rodolfo. Inspirados pelos Ramones, eles começaram a tocar músicas da banda de punk na garagem de Digão. Canisso tocou baixo, já que não sobrou outra opção.
Com essa formação, a banda começou a tocar em bares e festas na região de Brasília no final dos anos 80. Canisso permaneceu no Raimundos depois que Rodolfo o convenceu a ficar, para chamar a atenção de Adriana Vilhena, que se tornaria sua esposa e mãe de seus quatro filhos. “Eu fui querer ter banda para conquistar a gata”, explicou. Em 2013, Canisso falou sobre a nova fase da banda e sua identidade: “Somos uma boa banda de festival, de palco pequeno, acústico, transitamos com facilidade por climas e estilos, estamos sempre demonstrando qualidade e verdade. Nunca perdemos a identidade com quem está no público.”
O legado do Raimundos é inegável, não apenas na cena musical brasileira, mas também na cultura popular. Suas letras irreverentes, combinadas com a energia do punk e do hardcore, cativaram uma legião de fãs que continuam a ouvir e a reverenciar sua música. A morte de Canisso é uma grande perda para a banda e para seus fãs, mas seu legado viverá através de sua música.
Vivianne Nunes
