Campo Grande , 21 de novembro de 2024

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Atendimento oftalmológico infantil no SUS retorna ao nível pré-pandemia

Aumento nas consultas reflete recuperação pós-Covid-19

Após um período de dificuldades impostas pela pandemia de covid-19, o atendimento oftalmológico para crianças e adolescentes no Sistema Único de Saúde (SUS) alcançou novamente os níveis anteriores à crise sanitária. Segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), entre janeiro e junho de 2024, o número de consultas superou os patamares registrados no mesmo período de 2019.

Retomada da saúde ocular infantil

O CBO estima que, até o final de 2024, o total de consultas oftalmológicas para crianças e adolescentes ultrapasse 2,1 milhões, batendo o recorde de 2019. “Este retorno aos níveis pré-pandemia sinaliza uma recuperação significativa dos cuidados com a saúde ocular na faixa etária pediátrica, que foi severamente afetada durante a emergência global”, afirmou o conselho.

Em 2019, o SUS registrou cerca de 1 milhão de atendimentos oftalmológicos para crianças e adolescentes no primeiro semestre. Contudo, entre 2020 e 2023, os números foram bem inferiores, variando de 569 mil a 961 mil atendimentos. O desempenho observado no primeiro semestre de 2024 sugere uma recuperação e avanço na oferta desse serviço essencial.

Dados do atendimento

Entre janeiro de 2014 e junho de 2024, 43% das consultas oftalmológicas foram para crianças menores de 1 ano, totalizando 8.415.975 atendimentos. Por outro lado, a faixa etária de 1 a 4 anos recebeu a menor proporção de consultas na série histórica, com 1.564.770 atendimentos, cerca de 8% do total.

Importância da saúde ocular

O CBO enfatiza que a saúde ocular de crianças deve ser uma prioridade para famílias e órgãos públicos. Problemas de visão não diagnosticados e tratados podem afetar negativamente o aprendizado e a socialização das crianças. Estima-se que cerca de 27 mil crianças no Brasil sejam cegas, muitas devido a doenças oculares que poderiam ter sido tratadas precocemente.

Erros de refração não corrigidos são a principal causa de deficiência visual entre crianças brasileiras. “A identificação e tratamento precoce de ametropias, como miopia e astigmatismo, são cruciais para evitar impactos significativos no rendimento escolar e na socialização das crianças”, destacou o CBO.

Triagem oftalmológica e prevenção

A triagem oftalmológica é essencial para detectar doenças e prevenir a cegueira infantil. Recomenda-se que a triagem ocorra até os 6 anos, idade em que se completa o desenvolvimento visual. “A triagem permite a detecção precoce de problemas e a avaliação de erros refrativos, desempenhando um papel vital na saúde pública”, concluiu a entidade.

Os dados serão apresentados no 68º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que acontecerá de 4 a 7 de setembro em Brasília.

Fonte: Agência Brasil
Foto: Divulgação/Web

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